Entrevista 2007 (floribella) 2

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– A ‘Floribella’ foi a primeira experiência a sério na representação. Está satisfeita com o rumo da sua carreira?

– Estou. Acho que as coisas têm de ser um passinho de cada vez. Eu tenho muito medo daquelas mudanças radicais, porque não sei se saberia lidar com isso. No meu caso, as coisas foram acontecendo gradualmente, o que me ajudou a ser muito mais ponderada, a tomar as decisões certas e perceber aquilo que realmente quero. Não tenho nada de que me queixar, tenho tido a evolução que acho ser a natural. 

– Começou muito cedo na SIC Radical. Como surgiu essa oportunidade?

– Tudo começou num ‘casting’ em que vieram à rua, viram-me passar e chamaram-me. Eu sabia que o ‘casting’ existia, mas estava lá muita gente e já me estava a ir embora quando disseram para entrar. Fui seleccionada e a partir daí nunca mais parei de fazer televisão. Tinha 19 anos e fui deixando-me ir.

– Nessa altura a Raquel foi morar sozinha...

– Já estava a trabalhar e sempre fui uma pessoa independente. Sou muito dependente dos meus amigos e família mas gosto de ter o meu espaço e senti essa necessidade desde muito cedo. Estou habituada a trabalhar, para ter as minhas coisas.

– Identifica-se com a sua personagem na novela, a ‘Olívia’?

– Sinceramente, não. Ela toma muitas atitudes que eu não tomaria. Apesar de ser uma miúda ponderada e responsável, está dividida entre dois amores. Eu iria logo atrás da pessoa de quem gostava e não ligava àquilo que os outros pensassem. Sempre fui assim, não sou nada romântica, mas considero que quando encontras a pessoa certa tens de ir atrás. 

– Está a gravar num ritmo intenso, como aproveita o tempo livre?

– Tento arranjar tempo para mim, e depois há telemóveis e internet. Penso que há sempre tempo para se fazer aquilo que realmente se quer. Às vezes tenho de fazer uma ginástica maior, mas também julgo que querer é poder, e eu aplico isso a tudo na vida.

– O que não abdica de fazer quando tem um tempo livre?

– Passo a vida no cinema, mesmo quando acho que os filmes são uma porcaria. Vejo tudo, gosto de ver como os actores estão. Gostava muito de fazer cinema mas temos de dar um passo de cada vez. 

– Qual é a sua rotina quando não está a gravar?

– Acordo ao meio-dia, porque gosto muito de dormir, vou tomar o pequeno-almoço, tomo banho, dou comida ao meu cão, vou ao café comprar o jornal, leio as notícias, vou passear, e ainda tenho tempo para arrumar a casa. Cozinhar é que não é comigo. O meu namorado é que cozinha mais. À noite vou quase sempre ao cinema. É uma rotina normal.

– Como é que se define?

– Sou decidida, às vezes um bocadinho insegura em relação ao meu trabalho, acho que sou comunicativa, muito amiga dos meus amigos. No fundo, acho que sou uma pessoa bem-disposta, a alegria é daquelas coisas que tomam conta da minha vida. O que vier, veio, o que não vier é porque não estava destinado.

– Namora há cinco anos com a mesma pessoa. O seu namorado é muito orgulhoso do seu percurso profissional?

– É, foi ele que me incentivou a seguir esta área. Nunca me imaginei à frente de uma câmara, gostava mais de estar nos bastidores, mas ele deu-me força para ir em frente. Como era uma boa comunicadora, ele achou que devia inscrever-me em ‘castings’. E como eu não o fazia, ele fazia as inscrições por mim. Foi assim para o ‘Curto Circuito’ e o ‘Diário de Sofia’. A partir daí, as coisas começaram a acontecer naturalmente sem ele fazer nada por mim. 

– Qual é o segredo para a vossa relação ter resistido a todas as mudanças na sua vida?

– Eu acho que as pessoas têm de se compreender uma à outra. Se houver respeito e compreensão tudo resulta. As coisas só acabam quando não há paixão e não há amor. Como não é o caso, está tudo óptimo.

– Não pensa em casar e vir a ter filhos?

– Não, para já não. Nem ter filhos, nem casar-me, estou bem assim. É verdade que quero muito ser mãe mas agora não é a altura certa. 


Vidas TV – Gosta de se ver na televisão?

Raquel Strada – Sou muito crítica em relação ao meu trabalho e penso sempre que podia ter feito melhor. Por isso, há cenas que penso que ficaram bem feitas e outras que nem por isso.

– Reconhece ter algum tique?

– Tenho um, que fazia tanto a apresentar como na novela e que já tentei retirar à personagem, que é estar sempre a mexer no cabelo. 

– Mudava alguma coisa?

– Mudava tanta coisa! As coisas específicas tento alterar no dia-a-dia. Estou a tentar fazer a ‘Olívia’ mais perto do que ela é. 

– Qual o melhor momento da sua carreira?

– Julgo que ainda está para vir, tenho muitos momentos bons mas não aquele que possa dizer que me sinta completamente realizada. Estar na ‘Floribella’ tem sido uma experiência muito agradável. Está a ser um dos bons momentos da minha carreira.

– E o mais embaraçoso?

– A apresentar já tive bastantes: já caiu um projector no meio do programa, já pegou fogo uma cortina, já aconteceu de tudo e mais alguma coisa. Já anunciei convidados que depois não estavam nos estúdios e tive de inventar conversa para 15 minutos. Na novela as coisas são muito mais estudadas.

– Gosta de ser reconhecida na rua?

– Gosto que as pessoas me reconheçam pelo meu trabalho, agora gostar de ser abordada na rua não, são duas coisas diferentes. Tens sempre aquela carga que se as pessoas me conhecem tenho de estar sempre a sorrir e nem todos os dias estou bem-disposta. Mas, por outro lado, é um reconhecimento do meu trabalho, se ninguém me reconhecesse eu achava estranho.

– Uma pessoa de referência na nossa televisão?

– A Fátima Lopes, gosto muito do trabalho dela. Do pouco que a conheço, é uma pessoa muito humilde e profissional. É uma apresentadora como eu gostava de ser.

– Conteúdo preferido em matéria de televisão?

– Ultimamente andava a ver muito o ‘Sexo e a Cidade’. Gosto de séries como o ‘Dr. House’ e o ‘Prison Break’. De telenovelas, estou a gostar muito de ‘Vingança’.